Dionísio Luiz & José Augusto
Alunos do 3º ano Ensino MédioPertencente à família Santos Coimbra, nasceu em 27 de dezembro de 1863, em Bom Jesus de Lufa, município de Araçuaí, estado de Minas Gerais e recebendo o nome de João Santos Coimbra. Em Araçuaí, havia um arraial conhecido como Calháu, por haver uma quantidade enorme de pedras redondas na região. Devido a este fato o Coronel foi apelidado de Calhau e acabou incorporando esta palavra ao seu verdadeiro nome. Casou-se em 27 de abril de 1889, com Dona Maria Constância Loures e tiveram 13 filhos: Antonio, Izabel, Maria, Virginia, Joaquim, João, José, Ana, Delfina, Manoel, Francisco, Alzira e Alice. Faleceu em Ipanema, no dia 15 de janeiro de 1947.
Coronel João do Calhau
Trabalhou como tropeiro, sua primeira profissão, durante sete anos na região de Itabira e Ouro Preto. Em 1887, começou suas viagens e chegou à região leste de Minas Gerais, para, apesar de ser desbravador, fixar-se definitivamente, em Santo Antônio do Rio José Pedro, hoje Ipanema, com uma pequena casa comercial.
Após se casar passou suas atividades comerciais para a Fazenda Vista Alegre, no Córrego de Santa Constância. Ali trabalhou vários anos e iniciou sua carreira política, estimulado pelo seu sogro, Joaquim Constâncio Loures. Naquela época, Santo Antônio do Rio José Pedro, estava dentro da zona do "contestado", área de 50 léguas quadradas, que se assemelhava a um triângulo, tendo como hipotenusa o Rio José Pedro, e por base a linha divisória de águas da Serra da Chibata. Região de clima muito bom, ótimas águas e terras próprias para cultura de café, cereais, cana-de-açúcar e excelentes pastagens, era disputada pelos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O Coronel Calháu liderou o movimento a favor de Minas, fez várias viagens à capital do estado a fim de entender-se com os governadores, entre eles: Delfim Moreira e Raul Soares. Prestou serviços ao estado, visando a manutenção da linha fronteiriça, bem como da lei e da ordem. Das suas atividades, no período, constam diversas ocorrências, uma delas, é a de que o Coronel João do Calhau, ofereceu-se ao Governador do estado, para com 600 homens, fazer chegar as divisas de Minas até o mar.
Em 17 de agosto de 1892, foi patenteado pela Presidência da República, Coronel da Guarda Nacional. A 10 de agosto de 1916, no governo de Wenceslau Brás, foi nomeado Coronel da 314ª Brigada de Infantaria, da mesma Guarda Nacional. Em 1920, o Ministério da Agricultura , Indústria e Comércio, conferiu a João do Calháu, a medalha de Bronze, mandada cunhar pelo governo da república, como prêmio pelos serviços prestados ao recenseamento ocorrido no referido ano. Ele chefiou Ipanema, durante 50 anos e desvinculou o município da comarca de Manhuaçu, em 07 de setembro de 1912. Neste período, ele foi eleito prefeito do município, sendo reeleito duas vezes. Em 1922, terminou o seu último mandato. Também foi Presidente da Câmara Municipal, por três vezes.
Obras de sua gestão: Fórum; Cadeia Pública; Escolas Distritais; Estradas; Pontes; Telégrafo; Serviço de Distribuição de Água; Coletorias Estadual e Federal; iluminação Púbica; Cartórios do 1º e 2º Oficio e Cartório do Crime, cujos titulares foram indicados por ele. É necessário ressaltar, que apesar de sua pouca formação escolar, o Coronel se preocupou com a educação no município.
Durante a administração do prefeito Genuíno de Assis Magalhães Filho, foi erguido, em homenagem a João do Calháu, um busto, no dia 27 de janeiro de 1959. Em Ipanema, existe uma rua e uma praça com o seu nome. Em 13 de novembro de 1963 foi criada a Escola Estadual "Coronel Calháu".
Fonte: Acervo de arquivos da Biblioteca Alice Calhau